A cirurgia bariátrica tem ganhado destaque não apenas como um método eficaz para a perda de peso, mas também por seus efeitos positivos na prevenção de diversos tipos de câncer. Estudos recentes apontam que esse procedimento pode reduzir significativamente o risco de desenvolvimento de tumores em indivíduos obesos.
A obesidade é reconhecida como um fator de risco para o desenvolvimento de pelo menos 10 dos 22 tipos mais comuns de câncer. O excesso de tecido adiposo favorece um estado inflamatório crônico que pode desencadear a proliferação celular desordenada, aumentando o risco de mutações e surgimento de tumores.
Estudos brasileiros demonstraram que a cirurgia bariátrica pode reduzir em até 32% o risco de câncer de mama em mulheres na menopausa. Além disso, também foi observada diminuição na incidência de tumores no esôfago, pâncreas, fígado, vesícula, rim, ovário, colorretal e tireoide.
A cirurgia bariátrica contribui para a normalização do metabolismo, reduzindo a inflamação sistêmica e os níveis de insulina e de fatores de crescimento, que estão associados ao desenvolvimento de câncer. Além disso, a perda de peso diminui a produção de hormônios como o estrogênio, relacionado a certos tipos de tumores.
Além da redução do risco oncológico, a cirurgia bariátrica melhora significativamente a qualidade de vida dos pacientes, com diminuição de comorbidades como diabetes tipo 2, hipertensão arterial e apneia do sono.
Para garantir os resultados positivos a longo prazo, é essencial que o paciente seja acompanhado por uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos. Esse suporte é fundamental para a manutenção dos hábitos saudáveis e prevenção de deficiências nutricionais.